Nesta última semana, me senti em estado de alerta. Lendo jornais na internet, assistindo jornais na televisão, conversando com amigos, lendo capas de revistas na banca e ouvindo comentários nas ruas.
Como se não bastasse toda a violência diária, agora temos a gripe A (gripe suína) amedrontando toda a população.
As comparações com outras "pestes" como a gripe espanhola é inevitável e a sensação de medo e mãos atadas, também.
O que fazer? Como vamos nos medicar? Vamos morrer?
São tantas perguntas que pulam em nossas cabeças...
A falta de informação gera medo na sociedade e a falta de escrúpulos de alguns meios de comunicação fazem com que os mais desprovidos de inteligência e acesso a informação (leitura, pesquisa) sintam-se no meio de uma guerra, onde o inimigo é desconhecido.
Lendo a FolhaOnline neste final de semana, fiquei espantada ao ler que na Europa, segundo este jornal, 40% da população está "condenada" a contrair esta gripe. Na mesma hora enviei uma mensagem para minha irmã, que mora em Portugal. A resposta dela me abriu os olhos: ..acho que as pessoas deveriam se preocupar muito mais com a violência do que com essa gripe, pq violência sim, mata muito mais.
Sem dúvida devemos nos preocupar com a gripe A, acompanhando as notícias com um certo filtro, lendo a respeito e tomando algumas medidas como higiene e evitar viajar para locais de risco.
Mas ela levantou um ponto importante, a violência. Esta sim nos coloca pânico diariamente.
Digo todo o tipo de violência: moral, contra mulheres, crianças, racismo, preconceito, falta de qualidade de vida para a população, falta de estudo e posibilidades de crescimento, impunidade contra políticos, mortes, arrastões em condomínios, entre outros.
Percebi que o medo que senti foi uma combinação de revolta pela violência urbana somatizado com o bombardeameto de mortes de inocentes, mortes no México e possível pandemia da gripe A.
A população está se acostumando com a violência e impunidade no Brasil, que já estamos com a "casca grossa" e muitos acham normal, não ligam mais.
Quando surge algo novo, como esta gripe, parece que as pessoas não se dão conta de que a porcentagem de morte não é alarmante. Os riscos diários são inúmeros e muito mais perigosos, sem remédio ou vacina.
Não podemos aceitar o conformismo. Pelo menos, se cada um cuidar de seus filhos de maneira saudável e responsável, ter ética e moral, cuidar do meio ambiente, trabalhar em algo para a sociedade.. quem sabe deixaremos um mundo com pessoas mais inteligentes e civilizadas.
Dá uma vontade de viver dentro de uma bolha, ou em um país onde os índices de violência sejam nulos, com água potável e terra para todos, comida saudável e de boa qualidade, estudo garantido, emprego para todos e injustiças sociais sanadas.
Acho que queria ser a Alice. Vou construir meu país das maravilhas.
Há 10 anos